sábado, 24 de julho de 2010

O MEU país das maravilhas

Lembro-me daqueles gramados banhados pelo sol, dos risos incontidos nas manhãs mornas, dos choros escondidos em cantos inacessíveis. 
Como se fosse ontem… aqueles primeiros olhares, envergonhados, fugidios e memoráveis. A primeira impressão das coisas que não ficaram. E o medo… do que estava por vir e de mais mil detalhes inimagiáveis.
Aos poucos começavam as conversas e concordâncias sobre aquele ou este assunto. Conhecemos uns aos outros, descobrimos mais sobre nós mesmos. Fomos criando, dia a dia, uma identidade, um novo mundo… nosso, só nosso.
Lá fora, tantas coisas pareciam imperfeitas naqueles tempos. Havia tanto a consertar… Nossos corações jovens pulsavam, vibravam, gritavam, reclamando da hipocrisia, querendo mudar tudo, ou, pelo menos, algo.
E, nesse decorrer, aprendemos a amar aquele lugar, a fazer amigos de verdade. Aprendemos que, se quisermos algo, temos de lutar por isso e que a criança dentro de nós não morre jamais. Aprendemos a ser gente.
Nem tudo foram flores, todavia. Houve rupturas, rearranjos, distâncias e aproximações. Algumas naturais, outras abruptas e dolorosas. Soubemos passar por cada uma delas, às vezes perdendo algo, mas sempre ganhando experiência... Episódios deixaram marcas (como um certo teatro da Anne Frank) e, mais tarde, servirão de histórias para os nossos netos, que provavelmente não acreditarão nelas.
Nós aprendemos a confiar uns nos outros e a pensar que tudo ia dar certo, se fizéssemos bem feito. Às vezes, também, nada dava certo, e aí aprendemos a ser fortes e criativos.
Nos desesperamos, rimos, brincamos, nos magoamos, amamos e também odiamos, afinal, somos humanos. Mas tudo isso com a intensidade que só poderia caber no espírito de um adolescente.
Tínhamos muitos sonhos para um futuro que ainda está em construção. Quem sabe eles se realizem…
E esses três anos passaram… Tantas histórias em tão pouco tempo, tantas memórias que ficaram ao vento… Mas como foi bom! 
Hoje, encontramo-nos saudosos desses que foram os melhores anos das nossas vidas. As perguntas que mantêm nossas conversas aquecidas não mudam: “Você se lembra?” “E aquele dia…”. Todos sorriem utópicos, lembrando de um tempo que não mais voltará, mas certos de que, haja o que houver, seremos sempre ETECAPIANOS.



Dedicado a vocês, que fizeram meus dias mais felizes.

Um comentário:

  1. aha,eu to aqui!!! realmente foi um ambiente mágico,engrandecedor e muito divertido...mil beijos aleska,o seu blog tem a sua cara

    tati

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