segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ar

Uma vontade louca....de rever velhos amigos, de experimentar novos sabores, de mudar o pedacinho do mundo que me cabe. Vontade de me pôr em teste, de saber até onde eu posso ir. Será que aguentaria ir muito longe? Tenho certeza que sim.
O cansaço pode até chegar, mas basta sentir a brisa morna esvoaçando em meus cabelos e o sol - ah, o Sol! - me aquecendo, que uma energia nova me domina. Eletricidade pura em minhas veias. Sinto que posso correr além dos limites humanos. Estou viva e isso basta.
E eu sei, simplesmente, que posso tudo. Que a única pessoa que pode me impedir sou eu, e eu não quero parar. Por que eu faria isso? 
Enquanto corro, doces lembranças vêm à tona. Coisas que já não me recordava mais, mas que agora vejo que são crucialmente importantes: elas me empurram para frente como um turbo. Sabor de chocolate derretendo, risada de uma amiga querida, a bronca da minha mãe. Lamber o recheio da bolacha, assistir filme comendo pipoca, plantar bananeira. Correr descalça na grama molhada de uma chuva de verão.
Isso, somente, é a minha bagagem. A única coisa que posso levar. Tudo o que vai comigo. As coisas em que posso me agarrar.
Descubro que cada respiração não foi nada, comparada aos momentos que me fizeram perder o ar!