sexta-feira, 7 de maio de 2010

Parafusos

Hoje acho que acordei com um pezinho no sanatório. Não que eu já tenha sido normal algum dia. Aliás, eu estou ficando cada dia mais anormal. Talvez ninguém, nunca, venha a entender como uma pessoa que gosta de heavy metal sai de rosa flúor na rua. Ou porque, raios, uma pessoa coma canjica fria e adore brigadeiro quente. Pois é, esses são exemplos básicos. 
Eu realmente nunca soube me definir e, sinceramente, acho que não há nada abrangente o bastante que me defina. Eu amo matemática, mas vou fazer, adivinha? Medicina.
Meu sorriso é feio, mas precisa muito para mandá-lo embora. Odeio aquela pessoa que só pensa em si mesma e, quando vê um problema, ignora.
Ah, também detesto quem fala palavrão, mas eu e minhas amigas temos o total direito de nos expressar por esse método.
Acho que eu sou a única pessoa no universo que emagrece depois que viaja. Adoro serpentes, morcegos e corujas, mas tenho pavor de baratas.
Hum, tenho pra mim que também sou a única a escrever textos tão desconexos e que a única pessoa capaz de me ler sou eu mesma. Em certo ponto, até gosto de fazer um misteriozinho sobre o que penso. Pra falar a verdade, são raras as pessoas que sabem o que se passa a minha mente insana.
Talvez, e isso é só a hipótese mais plausível, quando eu fui feita, não houvesse matéria prima o suficiente. Então, como os fatos provam, saí assim: cada pedacinho de mim com uma personalidade diferente, mas que, juntos, formam um único ser : eu (que, incrivelmente, sou sempre eu mesma, sem mudar).Talvez eu seja muitas em uma só, não deixando de ter um pensamento só meu. Estranho, não?
Ah, não! Não pense que é crise de identidade ou coisas do tipo. Sou perfeitamente sã dentro da minha, digamos, loucura interior. 
Só, talvez, eu seja meio avessa. Ou, quem sabe, me falte um parafuso. Mas, cá pra nós, eu acho mesmo é que tenho parafusos demais na cabeça.