segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Tempestade

As nuvens negras se aglomeram em frente à minha janela. Ouço trovões e vejo os pássaros se recolherem a um abrigo seguro. Tudo escurece e o vento forte que sopra esbarra em meu corpo ao passar.
Pequenas gotas caem graciosamente e molham minha face. E é ali que eu quero ficar, sentindo o vento bagunçar meus cabelos e a chuva encharcar minha alma. Quero ver os lindos raios rasgando o céu e iluminando essa tarde tempestuosa. E, tendo os trovões por trilha sonora, acompanhá-los, cantando a plenos pulmões a minha música preferida. Não haverá ninguém para se importar caso eu desafine, porque esse momento é só meu.
Meu espírito se expande e é como se esse temporal fosse um reflexo inverso do que se passa em meu interior. Eu vou aproveitar a tempestade, de corpo inteiro, sem pensar, sem temer e deixar que ela me transforme. Talvez eu descubra algo sobre seu mistério, talvez eu só tenha uma experiência extraordinária.
Ninguém sabe quando o tempo abrirá novamente e o céu ficará, enfim, azul. Mas eu sei que, para mim, o azul será muito mais bonito, porque somente os olhos que foram lavados pela tempestade podem ver claramente o verdadeiro brilho do sol. E saberei aproveitá-lo, agradecendo por, finalmente, essa nuvem ter-se esvaído.






"As palavras têm a leveza do vento e a força da tempestade." 
(Victor Hugo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário